Amigos do Fingidor

sábado, 23 de outubro de 2010

Poesia em tradução

Dias
Ralph Waldo Emerson (1803-1882)




Prole do Tempo, Dias hipocríticos,
Tampados, mudos, dervixes descalços,
Seguindo sós em fila sem mais fim,
Com diademas e adornos nas mãos.
Oferecem regalos para todos,
Pão, reinos, astros e céu que os sustém.
Eu, em meu jardim curvo, olhava a pompa,
Esquecia os desejos matinais,
Na pressa, peguei ervas e maçãs,
E saiu e voltou, silente, o Dia.
Vi tarde, em seu solene aro, o desdém.


(Trad. José Lino Grünewald)