Zemaria Pinto
Setembro não tem sentido,
nas mãos
encanecidas e nas cãs vibráteis
à força do vento,
nós invisíveis
de forcas plantadas
sobre o caminho.
Setembro não tem sentido,
nas pedras
que o tempo acumulou com precisão
sob nossas retinas
tão fatigadas
e nossos pés vegetais,
tão inúteis.
Os dias fastos são lembranças fúteis
forjadas na temperança
do ocaso
de nossas últimas desesperanças.
A nós nos resta agora esse torpor
mal encoberto em raras alegrias:
nonadas.
Setembro não tem sentido.