Hão de chorar por ela os cinamomos
Alphonsus de Guimaraens (1870-1921)
Hão de chorar por ela os cinamomos,
Murchando as flores ao tombar do dia.
Dos laranjais hão de cair os pomos,
lembrando-se daquela que os colhia.
As estrelas dirão: – “Ai! nada somos,
Pois ela se morreu silente e fria...
E pondo os olhos nela como pomos,
Hão de chorar a irmã que lhe sorria.
A lua, que lhe foi mãe carinhosa,
Que a viu nascer e amar, há de envolvê-la
Entre lírios e pétalas de rosa.
Os meus sonhos de amor serão defuntos...
E os arcanjos dirão no azul ao vê-la,
Pensando em mim: – “Por que não vieram juntos?”