Amigos do Fingidor

sábado, 18 de dezembro de 2010

Poesia em tradução

Profecia
Alfred Tennyson (1809-1892)



Porque imergi no futuro,
          até onde o olho humano pode ver,
Vislumbrei a Visão do mundo,
          e todo o encanto que podia ser;
Vi os céus cheios
          de naus, corsários, velas de magia,
Pilotos do crepúsculo
          rubro tombando em cargas de valia;
Ouvi os céus cheios de gritos,
          e lá choveu um lívido orvalhar
Das vistosas esquadras
          das nações no azul central a atacar;
Bem longe, o murmurar no mundo inteiro
          do vento sul nesse ímpeto que esquenta,
Com os emblemas dos povos
          mergulhando nos raios da tormenta;
Até que o tambor de guerra
          não soasse e bandeiras ao reverso
No Parlamento do homem,
          Federação de todo este universo.
Lá o senso comum da maioria
          suporta um febril reino em sobressalto,
E a benévola terra
          dormirá envolta em norma universal.


(Trad. José Lino Grünewald)