Profecia
Alfred Tennyson (1809-1892)
Porque imergi no futuro,
até onde o olho humano pode ver,
Vislumbrei a Visão do mundo,
e todo o encanto que podia ser;
Vi os céus cheios
de naus, corsários, velas de magia,
Pilotos do crepúsculo
rubro tombando em cargas de valia;
Ouvi os céus cheios de gritos,
e lá choveu um lívido orvalhar
Das vistosas esquadras
das nações no azul central a atacar;
Bem longe, o murmurar no mundo inteiro
do vento sul nesse ímpeto que esquenta,
Com os emblemas dos povos
mergulhando nos raios da tormenta;
Até que o tambor de guerra
não soasse e bandeiras ao reverso
No Parlamento do homem,
Federação de todo este universo.
Lá o senso comum da maioria
suporta um febril reino em sobressalto,
E a benévola terra
dormirá envolta em norma universal.
(Trad. José Lino Grünewald)