Amigos do Fingidor

sábado, 8 de janeiro de 2011

Poesia em tradução

Este poema é dos pássaros

Gary Snyder




Pássaros em vórtice convergem sobre os tetos
Milhafres mergulham, pendem para a forma de neblina enrolada
Da costa: pontos mudando linhas em linhas na altura,
                       definido o futuro.
Espane fumaça dos olhos,
              poeira da mente,
Com o abano de rêmiges de águia.
Um falcão flutua rumo ao céu distante.
Uma marmota sibila entre rochas enormes.
Chuva nas colinas californianas.
Mariscos se prendem a pedras do mar
Sugando as marés da Primavera

Chuvas empapam o pardo restolho
Campos repletos de patos

Chuvas varrem o eucalipto
Estranhos pinheiros na costa
                      folhas agulheadas duas por feixe
O céu inteiro tremula ao vento
Andorinhões
Voando pela tempestade
Volteando por perto escutam silvo agudo de asas
Maçaricos
                    cinza pálido
                    lençóis pluviais desenrolando-se lentos,
Negros andorinhões.
                    ...os andorinhões declaram
Enquanto disparam: Vê agora ou jamais!


(Trad. Paulo Vizioli)