Donaldo Mello
... os rubros olhos do leão
deixarão escorrer lágrimas de ouro
William Blake
Lentamente vou ouvindo
a melodia da verdade
interior. E a mão da Luz
conduz-me ao caminho.
À busca de outroamanhã,
desconhecido, inexistido
mas radioso e diáfano.
Puro de silêncio. Oração.
De mim esquecido, puro,
aventureiro nauta; elevação.
Cheio alforje.
Novamente
a dar as velas.
Iluminação.
“No vão da
sombra
que me foge”(*)
(*) Edmond Vandercammen, La porte sans mémoire, in A poética do devaneio, de Gaston Bachelard, p. 103.