Amigos do Fingidor

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Exercício nº 21

Zemaria Pinto

soneto meu, faustino de armação
tramado e arquitetado em vário

desarma-se
em vis desvios vãos
limítrofes
à tinta e ao papel

(meu canto fraturado
é um crânio
morto
oco osso
síntese de nada
ou
cousa alguma:
crianças & urubus
canteiros de noturnos
girassóis)

soneto meu de têmpera diversa
forjado em noites
sob lamparinas
silvos de partidas
salvas perdidas

a ti revelo-te
tua natureza
a ti entrego-te
meu braço destro
meu sexo
meus olhos
e meus delírios