Zemaria Pinto
soneto meu, faustino de armação
tramado e arquitetado em vário
pé
desarma-se
em vis desvios vãos
limítrofes
à tinta e ao papel
(meu canto fraturado
é um crânio
morto
oco osso
síntese de nada
ou
cousa alguma:
crianças & urubus
canteiros de noturnos
girassóis)
soneto meu de têmpera diversa
forjado em noites
sob lamparinas
silvos de partidas
salvas perdidas
a ti revelo-te
tua natureza
a ti entrego-te
meu braço destro
meu sexo
meus olhos
e meus delírios