Amigos do Fingidor

sexta-feira, 12 de março de 2010

Soneto a quatro mãos

Francisco Carvalho e Jorge Tufic



O tempo passa, o tempo nos ilude.
O tempo nos pranteia a qualquer hora
quando amanhece, quando é noite escura,
quando a taça do amor nos comemora.

O tempo, quando muito se demora
confunde as noites, rouba a juventude;
então que seja vário e sempre mude
aos sons do brinde, aos êxitos de agora.

O tempo que não vemos se renova
nos momentos diurnos ou facetos,
mas também são ardis, mutantes covos.

O tempo nos enterra numa cova
com os versos que escrevemos e os sonetos
que foram velhos e ficaram novos.