Juan Pablo Nierine
Acabei de sonhar uma utopia...
Sem nenhum homem,
E o silêncio do sono sem sonhos,
Lá não há zumbido de moscas,
Suor incômodo,
Nem o triste ronco do bando e seus afazeres.
Não existem poetas, filósofos, prostitutas,
Muito menos empreiteiros,
Algo assim,
Povoado de ninguém,
Semelhante ao que
O acúmulo de mortos vem realizando,
De encontro ao que o quarto vazio sempre proclama,
Algo como o tijolo silencioso,
Que ainda serei.