Amigos do Fingidor

segunda-feira, 9 de março de 2009

Estante do tempo

Soror Teresa
Maranhão Sobrinho (1879-1915)

...E um dia as monjas foram dar com ela
morta, da cor de um sonho de noivado,
no silêncio cristão da estreita cela,
lábios nos lábios de um Crucificado...

Somente a luz de uma piedosa vela
ungia, como um óleo derramado,
o aposento tristíssimo de aquela
que morrera num sonho, sem pecado...

Todo o mosteiro encheu-se de tristeza,
e ninguém soube de que dor escrava
morrera a divinal soror Teresa...

Não creio que, do amor, a morte venha,
mas, sei que a vida de soror boiava
dentro dos olhos do Senhor da Penha...