Amigos do Fingidor

quinta-feira, 3 de março de 2011

O último post / El último mensaje / Le dernier message / The last post


Bem, espero que o título, afinal, não seja definitivo. Mas, por enquanto, e não sei por quanto tempo, as postagens do blog estarão suspensas. Obrigado a todos que nos visitaram e aos que ainda visitarão.


Bueno, espero que el título no sea definitivo. Pero por ahora, y no sé cuánto tiempo, las entradas de blog serán suspensas. Gracias a todos.


Eh bien, j'espère que le titre n'est pas définitif. Mais pour l'instant, et ne sais pas combien de temps, le blog sera suspendu. Merci à vous tous.


Well, I hope the title is not definite. But for now, and do not know how long, the blog posts will be suspended. Thank you all.


(Trad. Google Translator)



Vincent Van Gogh (1853-1890)

Road With Cypress And Star.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Katsushika Hokusai (1760-1849)

Hakone Lake in Sagami Province.

Antes o mundo não existia

Zemaria Pinto
(para Umúsin Panlõn Kumu e Tolamã Kenhíri)



Quando o mundo inda era nada
Yebá-Buró, não criada
do nada fez os trovões
e os rios e a luz foram feitos
mas o universo perfeito
a humanidade pedia
foi então que ela criou
Yebá-Gõãmu, o criador

Umukosurã-Panami, Umukosurã

Das entranhas da serpente
em canoa transformada
fez-se então a humana gente
e a terra foi povoada

Tukano, Tapuia, Desana
Baniwa, Maku, Siriana
entre si distribuíram
as riquezas do Trovão

Umukosurã-Panami, Umukosurã

Quando o branco apareceu
tendo ao lado o missionário
cumpriu-se o ciclo esperado
inventou-se o tal pecado
e nunca mais houve paz
nos caminhos da canoa

Com o lento passar do tempo
toda forma se transforma:
o um no todo se enforma
e o todo se enforma em um
– o um do nada criado
ao todo um dia retorna
fundindo a fôrma com a forma
e o todo se torna um

Umukosurã-Panami, Umukosurã

terça-feira, 1 de março de 2011

Alex Alemany

Sueños de adolescente.

A primeira vez que nos amamos

João Sebastião
(para Angélica de Lis, doce memória)



A primeira vez que nos amamos
senti vibrar teu corpo de alegria
apesar de uma lágrima furtiva
e do teu rosto contraído
numa singela expressão de dor.

A primeira vez que nos amamos
havia música barroca no ar
pontuando a estranha melancolia
e a fortuita liberdade
que nem tu nem eu sabíamos explicar.

A primeira vez que nos amamos
e que nossos corpos se envolveram com paixão
nem a dor nem o sangue ou o suor
macularam a inocência de um encontro
forjado pela febre do desejo mútuo.

A primeira vez que nos amamos
havia pássaros nos laranjais
trilando melodias merencórias
um tom acima do coro de anjos
que em nossa cela nos abençoava.

A primeira vez que nos amamos
um poema em teu corpo eu tatuei
com minhas mãos meus lábios e meu sexo
e te amei como nunca amei ninguém
e tu me amaste como Eva amou Adão.