Amigos do Fingidor

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Estante do tempo

Eu
Violeta Branca (1915-2000)



A exaltação universal
trago-a,
quente e vermelha,
em cada gota de meu sangue.
No meu cérebro
passam, numa rapidez inquietante
de navalhas, ferindo,
os pensamentos,
que nem todos podem pensar.
A ressurreição
da claridade delirante de todos os dias de sol
corre em algemas gritantes
pelos meus gestos expressivos.
Meus nervos,
– cobras vibrantes – enroscam-se
pela árvore branca e sonora
de meu corpo jovem
e deixam restos de sensações fortes
na selva emocional
de minha alma!

Eu tenho uma sensibilidade de punhal!

E nos meus poemas
dança, em alegorias bizarras
e movimentos novos,
toda a instintiva
e incontida
volúpia universal!