Amigos do Fingidor

sábado, 25 de setembro de 2010

Poesia em tradução

Dentro em mim solidão levo
Manuel Altolaguirre (1905-1959)



Dentro em mim solidão levo,
Torre de cegas janelas.
Quando meus braços estendo
Abro-lhe as portas de entrada,
Abro caminho alfombrado
A quem quiser visitá-la.
Lembrança pintou os quadros
Que ornamentam suas salas,
Onde alegrias passadas
Com penas de hoje contrastam
Quão juntos ambos estávamos
Quem era o corpo? Quem é
A alma? Que morte amarga
Foi nosso adeus derradeiro!
Agora dentro em mim levo
Alta solidão delgada.


(Trad. Mario Faustino)