Amigos do Fingidor

sábado, 11 de setembro de 2010

Poesia em tradução

O visiotário
Jakob van Hoddis (1887-1942)




Lâmpada, não esquente.
Da parede saiu um braço magro de mulher.
Era pálido e tinha veias azuis.
Os dedos estavam carregados de preciosos anéis.
Quando beijei a mão, assustei-me:
Estava viva e quente.
Arranhou-me o rosto.
Peguei uma faca de cozinha e cortei algumas veias.
Um grande gato lambeu graciosamente o sangue do chão.
Entretanto um homem de cabelos arrepiados subiu
Por um cabo da vassoura encostado à parede.


(Trad. Claudia Cavalcanti)