Amigos do Fingidor

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

exercício nº 15

Zemaria Pinto



no meio da escritura do poema
me vi perdido numa selva escura
por entre feras que desconhecia
talvez espectros de uma outra lida
em vão buscava no negrume denso
alguma luz de algum outro caminho
um veio, uma vereda, escassa trilha
que me levasse para além do transe
transida de silêncio, uma pantera
vibrando fogo de impossíveis fauces
sobre meu dorso deita o peso eterno
do medo renovado a cada instante
as garras invisíveis me violavam
dilacerando a pele da memória