Mark Alexander Boyd (1563-1601)
De areia a areia, selva a selva eu ando,
Presa da minha frágil fantasia,
Como o vime que o vento vai dobrando
Ou a folha a vogar na ventania.
Um cego pela mão me está levando,
Que uma criança fútil tem por guia
E uma mulher esguia atrai, nadando,
Nada do mar, mais ágil que uma enguia.
Triste de quem, a vida toda a arar,
Só ara a areia e semeia no ar.
Porém mais triste é aquele que se lança,
Movido pelo ímã do mal amar.
No fogo, atrás de uma mulher de mar,
Guiado por um cego e uma criança.
(Trad. Augusto de Campos)