Zemaria Pinto
marandarilho, Januário molda
o passo reticente de insulado
ao marulho pelágio unissonante
– lençóis de sol, de sal, sargaçomar
o olhar marítimo de Januário
mareia a caravela em marrevolto
o quarto soçobrado, o catre imundo
sondando velas, ventos, vendavais
(ó náufrago da navetempo, despe
de tua face hirta de pierrô
as sombras esculpidas pelas horas
de abandono, torpor e negridão)
da etérea gávea o marinheiro brada
um canto sufocado sob as vagas