Não, não compreendo a minha lida
Sina algoz, feroz, fútil
Não é túnel nem fuzil
Nem fósforo aceso na escuridão
(lembrança de Érico Veríssimo)
Caminha-se só
Caminha-se nó
Na garganta, o som disfarçado de flecha
No pescoço, o alvo da ideia retilínea
E aquela luz é doce e seca e morta
E aquela escuridão é luz morta
Luzes apagadas, afogadas
Luzes que se foram
Por que entender se nada faz sentido
Por que ser, se somos todos um
Anil, anis, anéis
Sei da lima que corta
O ferro velho:
Enferrujado, enrugado, servil
A guilhotina,
Ferro novo:
Mente aberta, cabeça caída
Luz, escuridão, luz
Descansando no caos
Não há motivo óbvio
Para se descansar
– manter coração e razão –
Há sim...Carmim, jasmim, curumim
Há...Sobrevivência, subversão, subvenção
Subir a escada e não cair
Descer carregando a amada
(Ah! Das Dores)
E voltar íntegro, com as lavas
Eternas da inquietude que lambe
O mel da juventude
Sobreviver para sobreviver
Não para amar, odiar, ler
Escrever, apenas sobreviver
O resto, o reto, o gesto são consequências.
O canto do galo ao meio-dia.