Amigos do Fingidor

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Estante do tempo

Mater
Aníbal Teófilo (1873-1915)




Mãe! Doce afeto a cuja sombra venho
Buscar a luz do bem de que me inundo;
Pobre mártir, exemplo alto e profundo
Que em vão quer definir meu fraco engenho;

De outra não sei que traga neste mundo,
Pelos calvários que subido tenho,
Nos frágeis ombros, um tão rude lenho
Dentro de noite de negror tão fundo.

Do que esperavas pelo nascimento,
Do lar sonhado – todo calma e brilho –
Que vazio e tristonho isolamento!

Mãe resignada a quem me curvo e humilho,
Como orgulhoso pago em sofrimento
A pura glória de nascer Teu filho!