Célio Cruz
Rasgo o véu da dor
com uma só palavra
tenra temperada
de tempo e suor
forjada na treva
cantiga de cego
no vão do Universo
a palavra grávida
de sonhos e amores
a palavra lâmina
que me dilacera
e descobre seus
propícios caminhos
precipícios d’alma
a palavra gênese
de cores e nomes
a palavra cândida
que rompeu o silêncio
mas não totalmente
e me acaricia
seu tropel de bossa.