Amigos do Fingidor

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Forja

Paulo Colina (1950-1999)





entre uma calmaria
      e outra
do mar de nossas peles
me bastaria amor cantar o fogo
que somos na nascente
      de suas coxas

mas há essa dor de outros tempos
e corpos
essa rosa dos ventos sem norte
na memória sitiada da noite

embora o gesto possa ser
no mais todo ternura
o poema continua um quilombo
      no coração