Amigos do Fingidor

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Estante do tempo

Monja
Theodoro Rodrigues (1873-1913)




Essa que foi outrora tão formosa
dama de olhar sereno e iluminado,
essa deixara a vida tormentosa,
por um triste convento abandonado.

E à noite, quando a lua misteriosa
vai pelo azul sereno e constelado,
a débil voz de sono Dolorosa
plange, como um gemido entrecortado.

É que no exul da pálida clausura
há uma pungente história de amargura
que o coração de sóror vai fanando.

...Noivos... morreu o noivo amado. Agora
a monja triste, em desespero, chora,
um retrato de lágrimas banhando...