Calma e silêncio
Georg Trakl (1887-1914)
Pastores enterraram o sol na floresta nua.
Um pescador puxou
A lua do lago gelado em áspera rede.
No cristal azul
Mora o pálido Homem, o rosto apoiado nas suas estrelas;
Ou curva a cabeça em sono purpúreo.
Mas sempre comove o voo negro dos pássaros
Ao observador, santidade de flores azuis.
O silêncio próximo pensa no esquecido, anjos apagados.
De novo anoitece a fronte em pedra lunar;
Um rapaz irradiante
Surge a irmã em outono e negra decomposição.
(Trad.: Claudia Cavalcanti)