Zemaria Pinto
os ecos de setembro inda ressoam
na seda refletida em cores débeis
no manto da cidade adormecida
nos tímpanos noturnos da manhã
os gritos de setembro são vagidos
impressos em meu peito mineral
abutres e panteras concertados
na lúgubre canção das incertezas
os gestos tatuados nas retinas
são rastros que carrego como um fardo
da inútil temporada em nosso inferno
no meio bem no meio do caminho
a escolha didatiza meu fracasso
entre o sim que é não e o adeus que é sempre