Amigos do Fingidor

sábado, 31 de julho de 2010

Poesia em tradução

Dante Gabriel Rossetti (1828-1882)



Soneto é um monumento do momento, –
Da Alma, memorial da eternidade
Ao morto, hora imortal. Na integridade,
Que seja rito em luz ou só portento,
Dessa árdua plenitude reverente:
No mármore ou no ébano, cinzele-o,
Ditam a Noite e o Dia; e o Tempo a vê-lo:
Pérolas, crista em flor e o oriente.
O soneto é moeda: a cara dela
Mostra a alma, – e a coroa a que Senhor
Deve: – ou por taxa ou por quem augusto apela
À Vida, ou dom na corte alta do Amor,
Serve: ou, no arfar poroso em cais sem norte,
Paga à mão de Caronte o som da Morte.


(Trad. José Lino Grünewald)