A expressão da alma
Elizabeth Barret Browning (1806-1861)
Com lábios hesitantes e som mutilado
Luto e me empenho para o que certo seria
A música deste ente dizer noite e dia
Com sonho e pensamento e sentimento atados,
E interno responder aos sensos circunscritos
Com oitavas de mística íntima e de astral
Que sai com esplendor a caminho do infinito
Dos ângulos sombrios do solo sensual.
Canção da alma porfio a fim de a sustentar
Através dos portais do senso almo e total,
E inteira moldo a mim no interior do ar.
No entanto se isso eu fiz – tal próprio trovejar
Destroça sua nuvem, eis morte carnal
Diante do feroz apocalipse da alma.
(Trad. José Lino Grünewald)