Antonino Bacelar
Uma ilusão a mais hoje me passa,
Dilacerando, assim, meu pobre peito,
E, percorrendo a mente, ela ultrapassa
Os meus limites puros, esse jeito.
Porque vieste aqui como miragem,
Impulsionar com os pés a rima fria?
Pra que escondeste tanto a tua imagem,
Nos olhos melodiosos que fazias?
Teu perpassar agora me consome,
o meu espanto tanto se conflita,
No debochar agora se presume
Que o mundo não te encontra mais aflita.
O meu vagar penoso, consciente,
Hoje, um pouco do predestinado,
Vai devolver ao ouvido dessa gente
O som que eu tornei desafinado.