Amigos do Fingidor

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Poetaprendiz

Celestino Neto


Eu escrevo torto
por linhas tortas
meus versos rotos
minhas rimas amorfas
eu escrevo torto
por linhas tortas
amante das trevas
devoto da luz
saio da linha
saio da minha
saio da rima
saio de mim
meu lirismo se escondeu atrás do fim
versos meus, confessionários
perdoai as agruras
deste pretenso poeta
sem itinerário
versos meus, guias
acasalai a brandura
deste aprendiz da poesia