Jacob Ohana
Na multidão meus múltiplos se afligem
roçam na valsa torta que os empurra.
O pirata já foi o alienígena,
a colombina dança taciturna.
A máscara de osso, o pé de vidro,
a gola prende o ar de arlequim.
Solta-se a fantasia, o seu ruído,
na mímica de cada alegoria.
Bebemos. Nossa orgia é uma lacuna,
de onde saímos para abrir espaço
ao estandarte hostil da nossa fauna.
Passamos uns aos outros a ironia
das cores mutiladas nesse encontro
na transfiguração da fantasia.