César Leal
Desça a noite suavemente
ao encontro das auroras
movendo remos de sono.
Venha a linguagem das pedras
sangre o peito dos rochedos
à lança dos furacões.
Bandeiras de vento ondulem
na terra oculta dos sonhos
as trevas sepultem luas.
Nuvens caídas repuxem
meu corpo de luz suspenso
pelas cordas do arco-íris.
Nos labirintos da morte
— a espessura do silêncio
e a rota desconhecida.