Michele Pacheco
Por onde ando!
Ando por uma estrada
cheia de navalhas
que cortam minha carne.
O sangue escorre.
Seco o coração enrijece.
Ataco. Defendo-me.
Disparo palavras
no silêncio sepulcral da ignorância.
Criaturas pequenas em sabedoria.
Debilitada, indignada.
Reajo à putrefação fétida dos valores.
Humanos? Atiram-me navalhas.
Por onde ando!