Amigos do Fingidor

terça-feira, 16 de junho de 2009

Chagas

Michele Pacheco


Por onde ando!
Ando por uma estrada
cheia de navalhas
que cortam minha carne.
O sangue escorre.
Seco o coração enrijece.

Ataco. Defendo-me.
Disparo palavras
no silêncio sepulcral da ignorância.
Criaturas pequenas em sabedoria.

Debilitada, indignada.
Reajo à putrefação fétida dos valores.
Humanos? Atiram-me navalhas.
Por onde ando!