Amigos do Fingidor

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Abril

Regina Melo


O canto está iluminado
pelo cometa que partiu
levando os restos da fala
para o outro lado do rio.

Ficou somente o silêncio
na aura de nossas bocas
distribuindo no tempo
espasmos de ondas loucas.

Como se o tempo das veias
fossem pedaços de céu
e a amplidão do poema
o véu

Abriu na forma do corpo
como quem abre o perdão
todo impuro, casto e torto
nação.