João Sebastião
não te ter fisicamente
sentir tua pele
tua língua
teus dentes
não poder tocar tuas mãos
teus seios
tuas coxas
não ter teu sexo
– que se realiza em cada nanômetro do teu corpo nu
não é nada – não será nada
se há a mais infinitésima possibilidade de te ter de novo
(ainda que sobre cada encontro
paire a terrível ameaça
de ser a última vez)
a perda é o nada
é o caos
o mundo em desordem
o império do medo
o horror o horror
te perder será voltar às trevas
em que – eu não sabia – sempre vivi?