Amigos do Fingidor

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Rio Negro

Simão Pessoa



Invejo o silêncio escuro destas águas

como objeto de límpida inocência

onde o deslumbramento transitório

deste agressivo rio-mar

repousa equivocado e gasto.

Sou fluido e gesto

na paisagem radiante

que estas águas anunciam

além do pólen e da luz.

Como sede no deserto

assim me quero água:

retratando a fauna entristecida,

refazendo a flora devastada.