Simão Pessoa
Invejo o silêncio escuro destas águas
como objeto de límpida inocência
onde o deslumbramento transitório
deste agressivo rio-mar
repousa equivocado e gasto.
Sou fluido e gesto
na paisagem radiante
que estas águas anunciam
além do pólen e da luz.
Como sede no deserto
assim me quero água:
retratando a fauna entristecida,
refazendo a flora devastada.