Cabeça empinada, lá vem ele...
Georg Heym (1887-1912)
Cabeça empinada, lá vem ele por sobre os telhados
Arrastando seus cabelos amarelos,
O feiticeiro quieto, subindo para os aposentos do céu
Pelo sinuoso atalho de flores bem estrelado.
Embaixo, todos os animais na floresta e nas brenhas
Têm as cabeças limpas e penteadas,
Cantando o coral lunar. Mas as crianças,
De camisões brancos, ajoelham-se nas camas.
O mar infinito de minh’alma
Baixa devagar em suave maré.
Sou todo verde por dentro. Vou desaparecendo
Como um balão de vidro.
(Trad. Claudia Cavalcanti)