Almir Diniz
Cavalgo, triste, meu corcel alado
Pelas pistas sem fim do pensamento,
De rédea solta, solto meu lamento,
Meu protesto de lágrimas molhado.
Galopando sem rumo, e magoado,
Carpindo no selim meu sofrimento,
Chego a pensar que todo este tormento
É mero sonho, e sonho malfadado...
Mas, se passo trotando contra o vento
E ouço um tropel alegre pelo prado,
Aperto o arreio... sem... eis-me acordado!
Aí, sim, sofro a dor que me vai dentro,
Essa dor que mais dói, sem ferimento,
Que as feridas de todo o meu passado!