Amigos do Fingidor

quinta-feira, 11 de março de 2010

Tristeza

Almir Diniz


Cavalgo, triste, meu corcel alado
Pelas pistas sem fim do pensamento,
De rédea solta, solto meu lamento,
Meu protesto de lágrimas molhado.

Galopando sem rumo, e magoado,
Carpindo no selim meu sofrimento,
Chego a pensar que todo este tormento
É mero sonho, e sonho malfadado...

Mas, se passo trotando contra o vento
E ouço um tropel alegre pelo prado,
Aperto o arreio... sem... eis-me acordado!

Aí, sim, sofro a dor que me vai dentro,
Essa dor que mais dói, sem ferimento,
Que as feridas de todo o meu passado!