Amigos do Fingidor

sábado, 27 de março de 2010

Poesia em tradução

A um amigo distante

William Wordsworth (1770-1850)


Por que estás em silêncio? É teu amor a planta
De tanta fraca fibra em que o pérfido ar
De ausência o que era assim formoso irá secar?
Nem dívida a pagar, dádiva que garanta?
Porém meu pensamento em ti é vigilante,
Atado a teu serviço em incessante zelo –
A mente sem doar requer um mendicante
Por nada, mas poupar que possa teu desvelo.
Fala! embora este doce ardente peito, fito
Para ter mil prazeres almos, meus e teus,
Ficou mais assolado, um esfriar aflito,
Que um ninho abandonado e pleno de nevadas
No mesmo matagal de rosas desfolhadas –
Fala, e a ânsia das dúvidas, seu fim saiba eu!



(Trad. José Lino Grünewald)