Amigos do Fingidor

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Selo d’água

Astrid Cabral


Como a retornar de um reino
de sombras, saí do rio
peixe interino enrolada
de limo e escamas d’água.
Mais que a pele, mais que os pêlos
a alma de medo molhada!
O mergulho na corrente
foi-me foice, faca, fio
líquida navalha rente
ao pescoço, pulso fugidio.

Sobrou-me o sombrio segredo
selo da morte na carne.
Oh garra gume de gelo!