Amigos do Fingidor

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Mar e vento

Luciano Maia


A minha nau a um tempo derivou –
foi quando conheci da noite o mar.
Não me salvou a bússola: em vôo
uma ave azul as asas foi me dar.
A mostrar-me o horizonte ao céu se alçou
e por suas asas consegui me alçar
por sobre o vendaval que arrebentou
o cordame das velas pelo ar.
No céu diviso luzes e por vê-las
navega a minha nau um mar isento
de noites tormentosas. Singra pelas
ondas sem pressa e sem adiamento.
Segue o cardume alado das estrelas
pela mão oceânica do vento.