Luciano Maia
Ó mamulengo triste do Nordeste!
Galopando o teu riso salteador,
fazes cinema no reboco agreste,
figura de arremedo e de impostor.
Acoitas um trejeito cafajeste
num palco de escandelo e de clamor.
Poeta doido, que mal se traveste
de alegria, a convite de mais dor.
Ó meu bizarro amigo de encarnado!
Vejo-te exílio, pranto em vez de dengo.
Oculto povo, mudo e desterrado.
Vaqueiro nordestino, lengo, tengo...
Estrebucha o teu tempo decepado,
caçoa do meu choro, mamulengo!