Amigos do Fingidor

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

gênese

Zemaria Pinto


um poema se projeta
– entre sapos, entre grilos –
recortando a madrugada:

com o fio da navalha
costuro as sombras do chão
– viver é imenso

de pedras teço meu canto
recolhido, emimesmado
num redemoinho de enganos

(canto em arco arquitetado:
seta que se completa
no atingimento da meta)

onde ouvi aquelas pedras?
são monolitos de Rosa
ou sussurro minuano?