Amigos do Fingidor

sábado, 10 de janeiro de 2009

Poesia em tradução

A porta do Inferno em 3 versões
(A Divina Comédia - Inferno - Canto III - fragmento)

Dante Alighieri (1265-1321)

“Por mim se vai das dores à morada,
Por mim se vai ao padecer eterno,
Por mim se vai à gente condenada.
Moveu Justiça o Autor meu sempiterno,
Formado fui por divinal possança,
Sabedoria suma e amor supremo.
No existir, ser nenhum a mim se avança,
Não sendo eterno, e eu eternal perduro:
Deixai, ó vós que entrais, toda a esperança!”

(Trad. Xavier Pinheiro)

“Por mim vai-se à cidade que é dolente,
por mim se vai até a eterna dor,
por mim se vai entre a perdida gente.
Moveu justiça o meu supremo autor:
divina potestade fez-me e tais
a suma sapiência, o primo amor.
Antes de mim não houve cousas mais
do que as eternas e eu eterna duro.
Deixai toda a esperança, vós que entrais.”

(Trad. Vasco Graça Moura)

“Por mim se vai ao círculo dolente; por mim se vai ao sofrimento eterno; Por mim se vai à perdida gente. Justiça moveu o meu alto fautor; Criou-me a Suprema Potestade, Suma Sapiência, Primeiro Amor. Antes, foram criadas apenas coisas eternas; eu, eternamente existo. Renunciai às esperanças, vós que entrais.”

(Trad. Hernani Donato)