Ao poeta Zemaria Pinto, cultor dos bens da Natureza
O passaredo chega, vem trissando,
buscando o arroz nativo, pendoado,
nas restingas, onde o enxame alvoroçado
colhe o néctar, na fonte, voejando.
Antes da dieta o bando, asas ruflando,
faz escala na praça – vem cansado! –
a arribação é cósmica! – do outro lado
do mundo há muito frio e está nublado.
Vede o tremor nas fímbrias da galhada
e o fremir dos remígios? – a nortada
tange as penas orladas de neblina.
A arribação, sabeis? é piracema,
alada: é inspiração! luz! um poema
de coletivo amor – lição divina!...