Amigos do Fingidor

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

construção/ruínas

Zemaria Pinto

das ruínas

os poemas espalham-se em desordem
feito cadáveres no campo de batalha
a noite os torna invioláveis
mas não esconde sua presença surda
seu odor de enxofre
seu hálito de pedra
sua mineral iniqüidade

da construção

o poema se limita
com a água do rio em movimento
é sempre impreciso o momento
de retê-lo na retina
papel de ar tinta de espuma?
o poema é um barco bêbado
subindo o rio