Djalma Passos (1923-1990)
Não busques conhecer a estranha alma do poeta
Nem perguntes de onde vem seu corpo desvairado
Nesta noite de lúbricos rumores...
Não somos duas almas paralelas
Mas nossos caminhos têm a fatalidade do mesmo destino...
Somos filhos desta mesma lua
São nossas todas as estrelas
E merecemos a brisa que agora nos envolve.
Quero afagar as tuas asas, anjo noturno,
Sentir a paisagem triste do teu corpo
Sem olhar a tua alma cheia de pecados...
Depois partiremos para sempre
E mais uma vez, anjo das noites inesperadas,
Enfrentarás a aurora...