Amigos do Fingidor

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

É quase de manhã

Cândida Alves



É quase de manhã
ainda sinto teu cheiro
no meu travesseiro
levanto com raiva
pra lavar a cara
e escovar o cabelo
não dá pra esquecer
mil vezes te odeio
grito pra não enlouquecer
desgraçado, só quer me comer
mas quando chega a tarde
e o vazio me invade
ninguém telefona
além de você
tudo bem, “vamo vê”
mesmo papo, só cama
dessa vez pode ser
me arrumo e perfumo
pra esperar você
de agora em diante
eu que vou te comer