Amigos do Fingidor

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Pétalas do Crisântemo - I

Roberto Evangelista

O viajante deita
e no sono continua a
caminhada.

Canaranas na
corrente: passam ilhas,
continentes.

Vôo de garças
em diamante: altíssima
geometria.

No casco da tarta-
ruga as rugas do
tempo em fuga.

Braço e remo,
doce impulso, abrem
n’água o sulco.

O peixe vivo
faz vibrar o coração
e o caniço.

O vôo poente
das andorinhas enverga
o horizonte.

No espelho das águas
a nave solar mergulha
flamejante.

Ave, palavra:
o ninho! E quanta vida
sustentas!

Pulsar, ah, o pulsar...
E cada coração é uma
estrela.