Amigos do Fingidor

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Senhor de mim

Tainá Vieira



Entrego-te a minha vida, amor,
Toma o meu corpo e faz dele
Instrumento do teu desejo,
Estou a tua disposição para
Fazeres o que quiseres de mim...

Serei teu alimento nas horas
Mais inesperadas dos teus dias;
Quero ser tua bebida quando a
Sede secar-te a garganta, quando
Estiveres entediado, serei tua distração.

Minha boca calar-se-á para o mundo
Minha voz não mais será ouvida,
Pois meus lábios e minha língua
Servirão somente a ti, e pronunciarei
Apenas uma palavra: teu nome.

Meus olhos não distinguirão mais nada,
Se não for teu corpo, meus lábios sentirão
Apenas o gosto do teu beijo e meu corpo
Viverá para tuas caricias, será o instrumento
Das tuas fantasias e dos teus desejos.

Serei tua amiga, tua amante, serei
Teu anjo, guardarei tuas noites, farei
Tudo o que quiseres, beberei uísque
Com você. Serei homem nos instantes
Que precisares de um ombro amigo.

Enxugarei tuas lagrimas, quando a
Tristeza bater na tua porta, te farei
Sorrir, farei de tudo para vires teu sorriso
Brilhar mais uma vez, mas se continuares
A chorar eu beberei tuas lagrimas.

Serei tua força quando o cansaço te vencer
E quando não puderes mais caminhar
Sozinho, te conduzirei pelos meus braços:
Serei teu apoio. Privar-me-ei dos meus
Sonhos para realizar os teus.

Serei teu gozo e tua alegria, meu sexo
Jamais se cansará de desejar-te,
De querer-te todas as noites, todos
Os dias, de todos os jeitos, meu corpo
Morrerá se não sentir mais o teu calor.

Serei os cincos sentidos e os
Quatros elementos, serei a vida
Representada nas estações.
– as flores, a chuva, a neve, o calor.
Serei o universo inteiro só pra ti.

Entrego-te a minha vida, amor,
Para fazeres dela o quiseres,
Entrego-te o meu corpo, já não
Pertenço-me mais, minh’alma e
Meu coração agora pertencem a ti.

Eis-me aqui, despida como vim ao
Mundo, desprovida de sonhos, apenas
Com uma razão, servir-te. Ofereço-te
O meu corpo, minha carne, ofereço-te
Tudo a ti, que és senhor de mim.